sábado, 30 de julho de 2016

A TENTAÇÃO DE JESUS E SUAS LIÇÕES



O episódio da vida de Cristo narrado em Mateus 4 sempre despertou curiosidade para todos os amantes da Bíblia Sagrada.

Ao meditar nesta passagem tive a oportunidade de colher algumas lições que o Senhor deseja transmitir ao nosso coração.

Ao analisar os versículos 1 ao 11 percebemos que Jesus não foi ao deserto por sua própria vontade. Mesmo sendo filho de Deus era guiado pelo Pai: “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto...” (v.1). Vale ressaltar que a estadia do Messias neste lugar ermo se deu por um período de 40 dias e no final dos 40 dias se cumpre a parte B do versículo primeiro, pois Ele foi conduzido ao deserto para “ser tentado pelo diabo”.

Soa estranho uma afirmação como essa. Deus O Pai conduzindo seu filho amado para o deserto. Haja vista que O Filho sabia que era melhor estar no deserto com o Pai do que num bosque com o diabo. Como Jeová tem seus propósitos, sabia muito bem Cristo que para onde fosse enviado o sustento de Deus seria seu companheiro fiel.

Falar em deserto é falar em extremos. Sabe-se que de dia o calor é escaldante e à noite o frio é intenso. Além do mais é o habitat natural de conhecidos seres venenosos como escorpiões, serpentes, sem falar dos perigos dos ladrões.

Deus não enviou seu filho ao deserto (como também não nos envia) para morrermos, mas para estabelecermos mais comunhão com Ele.

Atente para a ideia de que deserto é um lugar isolado de todas as coisas do mundo, onde só temos o céu como esperança. E lá estava Cristo. Da mesma forma somos nós. Deus nos leva a lugares áridos para nos fazer abandonar as coisas terrenas e nos ligarmos nele. Assim como Jesus jejuava e orava, Moisés trabalhava e lá Deus fortaleceu o elo de comunhão com eles.

Ter comunhão com Jeová é prioridade para todos nós. Uma questão de sobrevivência. Porém todo aquele que desenvolve essa koinonia (comunhão em grego) com Deus deve se preparar para as astutas ciladas do diabo (Efésios 6.11).

Este ser, inimigo da criação de Deus, é um ser muito sábio (Ezequiel 28.3) e sabe perfeitamente como e quando agir – na fraqueza do homem.

Lembre-se de que Cristo estava jejuando por quarenta dias e quarenta noites quando então teve forme. A carne de Jesus almejava comida, assim como nós. Neste momento de fraqueza quem se aproxima, o tentado com as suas propostas: “E chegando-se a ele o tentador...”.

Saiba de uma coisa, o diabo nunca virá nos tentar no auge da nossa espiritualidade, mas sempre agirá nas nossas fraquezas. Portanto temos um Deus Fiel que nos ajuda nas nossas fraquezas: “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza” (Romanos 8.26).

Satanás se incomoda com quem tem comunhão com o Pai. A partir daí ele vem com suas propostas.



Primeira Proposta: “Pedras em pães.”


       O nosso inimigo age na necessidade da carne de Jesus: “se tu és o  filho de Deus, mande que estas pedras se tornem em pães”.

       Como o nosso mestre conhecia bem os ardis de satanás (II Coríntios 2.11) ele nos transmite uma bela lição. Sabia ele que tudo o que ele conquistou com Deus nessa maratona de consagração no deserto não poderia ser perdido por um segundo de prazer, aquilo que só o alegraria no momento, não um alimento duradouro.

       Tudo o que ele nos oferece nesta ocasião é o que, como homem, queremos, entretanto não é o que precisamos.

Jesus, como afirma o apóstolo João em sua epístola no capítulo 2 e versículo 16, venceu a “Cobiça da carne”.

Ele não olhou para o que se pode ver, mas para o que não se pode ver (II Coríntios 4.18).

Nesta primeira empreitada o adversário foi vencido pela Palavra. Cristo faz menção de Deuteronômio 8.3: Não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor”. Cristo se reportou à lei mosaica.

Tens, amado irmão, escondido a Palavra em seu coração para se manter fiel ao seu Deus?

Este é o principal elemento da armadura espiritual:Tomai... a Espada do Espírito que é a Palavra de Deus”. (Efésios 6.17)



Segunda Proposta: “Lança-te daqui abaixo...”


       O diabo não desiste, mas o Guarda de Israel não dormita (Salmo 121.4)

       No auge de seu anseio em nos derrubar, o inimigo nos tentará, como tentou a Cristo, fazendo com que confrontemos a Palavra de Deus. Ele é profissional em distorcer as Escrituras Sagradas.

       Nesta ocasião ele utiliza como arma o que o apóstolo João chama de “soberba da vida” (I João 2.16).
        Após utilizar erroneamente o Salmo 91.11: "Aos seus anjos dará ordem a teu respeito" Cristo não inovou seu arsenal, mas pega novamente a sua espada, que há quarenta dias e noites e propósitos estava afiando e se dirige ao tentador citando Deuteronômio 6.16: “Não tentareis o Senhor vosso Deus...”.

A Espada do Espírito nunca perde o seu fio. Alcança lugares inimagináveis das fronteiras do homem (Hebreus 4.12)



Terceira Proposta: “Tudo isso te darei se, prostrado me adorares”


       Em sua ultima empreitada o inimigo almeja seduzir o ego de Cristo com uma proposta tentando conduzir o pela vereda da vaidade, o que o fez cair um dia (Isaías 14.13).

Após conduzi-lo a um alto monte, oferece-o todos os reinos do mundo. Que insanidade! Desespero total que o cegou em seus desígnios.

Tentara agora levar Jesus a cair no que João chama de “cobiça dos olhos” (I João 2.16), por isso lhe oferece todos os reinos dos homens se Ele se prostrasse ante a ele.

Reino dos homens fala de coisas passageiras, e o mundo passa com sua cobiça (I João 2.17).

O diabo sempre promete atalhos, um caminho mais fácil, a saber coisas terrenas, passageiras. Cristo bem sabia que o Pai já lhe havia prometido um reino eterno e universal (Salmo 145.13 / Filipenses 2.9).

O Mestre com veemência responde usando Deuteronômio 6.13: O SENHOR teu Deus temerás e a ele servirás...”.

Após este manejar de espada satanás o deixa.

Cristo cumpriu bem o que posteriormente foi escrito: “Resisti ao diabo e ele fugirá de vós”. (Tiago 4.7).

Este é o grande segredo!

Após essa tripla vitória sobre o inimigo o evangelista registrou que “Os anjos chegaram e o serviram”.

Saiba amado irmão que tudo o que viola o princípio da Palavra é ruim.

Se O Pai te conduziu a este deserto é por que você pode suportar (I Coríntios 10.13).

Não se sinta abandonado por Deus. Você é um privilegiado:

“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”. (Tiago 1.12)

Saúde e Paz!

Cabo Frio,30l07l16


Um comentário:

Unknown disse...

Esta passagem das Escrituras é muito emblemática e exige de nós acurada reflexão sobre os seus desdobramentos. Jesus estava fraco e debilitado pela ausência de alimento e, exatamente, naquele momento de debilidade o Diabo astutamente investe contra Ele. No entanto, o Mestre conhecia-o profundamente, sabia qual eram as intenções do tentador e, em cada investida, dava-lhe uma resposta à altura de suas pretenções. Depois comentarei mais. Excelente!

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