O episódio da vida de Cristo
narrado em Mateus 4 sempre despertou curiosidade para todos os amantes da
Bíblia Sagrada.
Ao meditar nesta passagem tive a oportunidade de colher algumas lições que o Senhor deseja
transmitir ao nosso coração.
Ao analisar os versículos 1
ao 11 percebemos que Jesus não foi ao deserto por sua própria vontade. Mesmo sendo
filho de Deus era guiado pelo Pai: “Então
foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto...” (v.1). Vale ressaltar que
a estadia do Messias neste lugar ermo se deu por um período de 40 dias e no final dos
40 dias se cumpre a parte B do versículo primeiro, pois Ele foi conduzido ao
deserto para “ser tentado pelo diabo”.
Soa estranho uma afirmação como essa. Deus O Pai conduzindo seu filho amado para o deserto. Haja vista que O
Filho sabia que era melhor estar no deserto com o Pai do que num bosque com o
diabo. Como Jeová tem seus propósitos, sabia muito bem Cristo que para onde fosse enviado o sustento de Deus seria seu companheiro fiel.
Falar em deserto é
falar em extremos. Sabe-se que de dia o calor é escaldante e à noite o frio é
intenso. Além do mais é o habitat natural de conhecidos seres venenosos como
escorpiões, serpentes, sem falar dos perigos dos ladrões.
Deus não enviou seu filho ao
deserto (como também não nos envia) para morrermos, mas para estabelecermos
mais comunhão com Ele.
Atente para a ideia de que
deserto é um lugar isolado de todas as coisas do mundo, onde só temos o céu
como esperança. E lá estava Cristo. Da mesma forma somos nós. Deus nos leva a
lugares áridos para nos fazer abandonar as coisas
terrenas e nos ligarmos nele. Assim como Jesus jejuava e orava, Moisés
trabalhava e lá Deus fortaleceu o elo de comunhão com eles.
Ter comunhão com Jeová é
prioridade para todos nós. Uma questão de sobrevivência. Porém todo aquele que
desenvolve essa koinonia (comunhão em grego) com Deus deve se preparar para as
astutas ciladas do diabo (Efésios 6.11).
Este ser, inimigo da criação
de Deus, é um ser muito sábio (Ezequiel 28.3) e sabe perfeitamente como e
quando agir – na fraqueza do homem.
Lembre-se de que Cristo estava jejuando
por quarenta dias e quarenta noites quando então teve forme. A carne de Jesus
almejava comida, assim como nós. Neste momento de fraqueza quem se aproxima, o
tentado com as suas propostas: “E
chegando-se a ele o tentador...”.
Saiba de uma coisa, o diabo
nunca virá nos tentar no auge da nossa espiritualidade, mas sempre agirá nas
nossas fraquezas. Portanto temos um Deus Fiel que nos ajuda nas nossas fraquezas: “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda
na fraqueza” (Romanos 8.26).
Satanás se incomoda com quem
tem comunhão com o Pai. A partir daí ele vem com suas propostas.
Primeira Proposta: “Pedras em pães.”
O nosso inimigo age na necessidade da carne de
Jesus: “se tu és o filho de Deus, mande que estas pedras se
tornem em pães”.
Como
o nosso mestre conhecia bem os ardis de satanás (II Coríntios 2.11) ele nos
transmite uma bela lição. Sabia ele que tudo o que ele conquistou com Deus
nessa maratona de consagração no deserto não poderia ser perdido por um segundo
de prazer, aquilo que só o alegraria no momento, não um alimento duradouro.
Tudo o que
ele nos oferece nesta ocasião é o que, como homem, queremos, entretanto
não é o que precisamos.
Jesus, como afirma o
apóstolo João em sua epístola no capítulo 2 e versículo 16, venceu a “Cobiça da carne”.
Ele não olhou para o que se
pode ver, mas para o que não se pode ver (II Coríntios 4.18).
Nesta primeira empreitada o
adversário foi vencido pela Palavra. Cristo faz menção de Deuteronômio 8.3: “Não só de pão viverá o
homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor”. Cristo se reportou à lei
mosaica.
Tens, amado irmão, escondido
a Palavra em seu coração para se manter fiel ao seu Deus?
Este é o principal elemento
da armadura espiritual: “Tomai...
a Espada do Espírito que é a Palavra de Deus”. (Efésios
6.17)
Segunda Proposta: “Lança-te daqui
abaixo...”
O diabo
não desiste, mas o Guarda de Israel não dormita (Salmo 121.4)
No auge de
seu anseio em nos derrubar, o inimigo nos tentará, como tentou a Cristo,
fazendo com que confrontemos a Palavra de Deus. Ele é profissional em distorcer
as Escrituras Sagradas.
Nesta ocasião
ele utiliza como arma o que o apóstolo João chama de “soberba da vida” (I João 2.16).
Após utilizar erroneamente o Salmo 91.11: "Aos seus anjos dará ordem a teu respeito" Cristo não inovou seu arsenal, mas pega novamente a sua espada, que há quarenta dias e noites e propósitos estava afiando e se dirige ao tentador citando Deuteronômio 6.16: “Não tentareis o Senhor vosso Deus...”.
Após utilizar erroneamente o Salmo 91.11: "Aos seus anjos dará ordem a teu respeito" Cristo não inovou seu arsenal, mas pega novamente a sua espada, que há quarenta dias e noites e propósitos estava afiando e se dirige ao tentador citando Deuteronômio 6.16: “Não tentareis o Senhor vosso Deus...”.
A Espada do Espírito nunca
perde o seu fio. Alcança lugares inimagináveis das fronteiras do homem (Hebreus
4.12)
Terceira Proposta: “Tudo isso te
darei se, prostrado me adorares”
Em sua
ultima empreitada o inimigo almeja seduzir o ego de Cristo com uma proposta tentando conduzir o pela vereda da vaidade, o que o fez cair um dia (Isaías
14.13).
Após conduzi-lo a
um alto monte, oferece-o todos os reinos do mundo. Que insanidade! Desespero
total que o cegou em seus desígnios.
Tentara agora
levar Jesus a cair no que João chama de “cobiça
dos olhos” (I João 2.16), por isso lhe oferece todos os reinos dos homens
se Ele se prostrasse ante a ele.
Reino dos homens fala de
coisas passageiras, e o mundo passa com sua cobiça (I João 2.17).
O diabo sempre promete
atalhos, um caminho mais fácil, a saber coisas terrenas, passageiras. Cristo bem
sabia que o Pai já lhe havia prometido um reino eterno e universal (Salmo
145.13 / Filipenses 2.9).
O Mestre com veemência responde
usando Deuteronômio 6.13: “O SENHOR teu Deus temerás e a ele servirás...”.
Após este manejar de espada
satanás o deixa.
Cristo cumpriu bem o que posteriormente foi escrito: “Resisti ao diabo e ele
fugirá de vós”. (Tiago 4.7).
Este é o grande segredo!
Após essa tripla vitória
sobre o inimigo o evangelista registrou que “Os
anjos chegaram e o serviram”.
Saiba amado irmão que tudo o
que viola o princípio da Palavra é ruim.
Se O Pai te conduziu a este
deserto é por que você pode suportar (I Coríntios 10.13).
Não se sinta abandonado por
Deus. Você é um privilegiado:
“Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque,
quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”. (Tiago 1.12)
Saúde e Paz!
Cabo Frio,30l07l16
Um comentário:
Esta passagem das Escrituras é muito emblemática e exige de nós acurada reflexão sobre os seus desdobramentos. Jesus estava fraco e debilitado pela ausência de alimento e, exatamente, naquele momento de debilidade o Diabo astutamente investe contra Ele. No entanto, o Mestre conhecia-o profundamente, sabia qual eram as intenções do tentador e, em cada investida, dava-lhe uma resposta à altura de suas pretenções. Depois comentarei mais. Excelente!
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